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Prelo Conde da Barca

Máquina de impressão tipográfica, de madeira e bronze, produzida em 2008 para as comemorações dos 200 anos da Imprensa Nacional.

A sua importância está no fato de ser uma réplica – única – dos dois prelos trazidos, em 1808, pela Família Real Portuguesa, e que deram origem à Impressão Régia, atual Imprensa Nacional. Foi notável o significado desses prelos. Com eles nasceu a imprensa periódica (“Gazeta do Rio de Janeiro”) e a publicação de livros no Brasil (no dia 13 de maio de 1808).

Os prelos originais foram consumidos pelo incêndio que destruiu a sede da Imprensa Nacional em 15 de setembro de 1911, no Rio de Janeiro. Conforme noticiado à época pelo “Correio Braziliense” — jornal então editado por Hipólito José da Costa e que, rodado em Londres, era enviado para o Brasil — esses prelos de origem inglesa, e mais as 28 caixas detipo que os acompanharam, custaram cem libras esterlinas.

O prelo Conde da Barca é, por tudo isso, uma grande atração do Museu da Imprensa. A réplica dos originais era sempre exigida pelos visitantes. Com a aproximação do bicentenário da Imprensa Nacional, a direção do Órgão pediu a ajuda do Museu Nacional da Imprensa (Porto - Portugal) para a busca de uma solução que viabilizasse a produção da réplica. O seu diretor, Luís Humberto Marcos, conseguiu imagens e um croqui, com medidas exatas, dos prelos que a corte portuguesa trouxe para o Brasil. A solução fora encontrada.

Como colaborador espontâneo, o professor e arquiteto Carlos Roberto Pacheco de Brito começou os trabalhos com o cálculo das peças que comporiam a réplica. A delicada produção em madeira ficou a cargo de servidores do setor de carpintaria da Gerência de Serviços Gerais da Imprensa Nacional. Em função da complexidade da tarefa, que envolvia peças de metal, houve a necessidade de uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), unidades das cidades-satélites do Gama e de Taguatinga.

Os professores José Henrique de Oliveira e Moacir Mozart e alunos, mais servidores da Imprensa Nacional, produziram então as engrenagens em bronze.

Um dado histórico: esse foi, de fato, o segundo prelo construído pela Imprensa Nacional ao longo dos seus dois séculos de existência. Em 1809, seus técnicos também construíram um prelo de madeira, o primeiro produzido na América do Sul.

Em 1809, seus técnicos construíram o primeiro prelo, o primeiro também produzido na América do Sul. Esse fato mereceu comemoração. De acordo com o “Diario Official”, de 13 de maio de 1908, página 3249, uma placa foi confeccionada para perenizar a conquista.

Encimada pela armas portuguesas, essa placa recebeu o seguinte texto em letras maiúsculas: “Á IMMORTALIDADE DO REAL E SEMPRE AUGUSTO NOME DO PRÍNCIPE REGENTE N. S. HE DEDICADA A ESTREA DO PRIMEIRO PRELO CONSTRUÍDO NA AMERICA DO SUL NO RIO DE JANEIRO NO ANNO DE M. DCCC. IX”. O segundo prelo de madeira foi produzido em 1821, para “experimentar si a industria nacional podia já dispensar a importação de fora”, como informa o “Diario Official”, que circulou nos 100 anos da Imprensa Nacional.