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Herma Hipólito José da Costa

“Aqui, neste Museu da Imprensa, repousa definitivamente o Patrono da Imprensa Brasileira”. Eis o que diz a lápide da herma onde repousam desde 4 de julho de 2001 os restos mortais do jornalista Hipólito José da Costa Pereira Furtado de Mendonça, Patrono da Imprensa Brasileira por decreto presidencial de 2000.

Em 1808, Hipólito fundou em Londres, o “Correio Braziliense”, jornal independente que circulou por 14 anos, em edições mensais. Ao todo, 175 edições. Hipólito era o único repórter, editor e também redator.

Desde 6 de julho de 2010, por meio da Lei nº 12.283, sancionada pelo presidente da República, seu nome foi inscrito no Livro dos Heróis da Pátria, depositado no Panteão da Pátria Tancredo Neves.

A iniciativa de resgate das cinzas do patrono da Imprensa Brasileira e herói da Pátria foi tomada em 1957 pelo jornalista, escritor, político e membro da Academia Brasileira de Letras Assis Chateaubriand — fundador dos Diários Associados —, quando ocupava o cargo de embaixador do Brasil na Inglaterra. A finalização do processo coube à fundação que leva o seu nome e ao “Correio Braziliense” – o primeiro jornal diário de Brasília, que circula desde o nascimento da capital brasileira, em 21 de abril de 1960. Chateaubriand utilizou o mesmo título, mantendo a grafia original, do “Correio Braziliense”, de Hipólito, 138 anos depois que este deixou de circular. A Imprensa Nacional apoiou, em 2001, os esforços das duas instituições.

O traslado dos restos mortais de Hipólito José da Costa não foi uma tarefa fácil. Sem sucesso, Chateaubriand se esforçara para que isso acontecesse. O projeto foi retomado em 1999 pelo diretor-executivo da Fundação Assis Chateaubriand, Márcio Cotrim. O protocolo exigido pela coroa inglesa para a realização do traslado foi cumprido, graças, em grande parte, à colaboração de Sérgio Amaral, à época embaixador do Brasil no Reino Unido.

Então, o Ministério Interior britânico autorizou finalmente a exumação. O corpo de Hipólito José da Costa estava sepultado na cidade de Hurley-on-Thames, na igreja de St. Mary-The-Virgin. Uma cerimônia, no dia 27 de março de 2001, marcou a exumação dos restos mortais, presidida pelo reverendo Roy Taylor. O evento foi acompanhado por cerca de 50 pessoas, entre elas o prefeito de Hurley, John Webb, e um representante do Ministério do Exterior britânico, Paul Taylor. O embaixador Sérgio Amaral, o filho do presidente dos Diários Associados, Paulo Cabral Júnior, também estiveram presentes, juntamente com uma descendente de Hipólito José da Costa, a arquiteta Maria Beatriz de Arruda Campos, da sexta geração da família.

A solenidade de colocação da urna com os restos mortais do patrono da Imprensa Brasileira em uma herma nos jardins do Museu da Imprensa ocorreu em 4 de julho de 2001. A primeira homenagem foi a execução do Hino da Independência, com a banda sinfônica da Polícia Militar do Distrito Federal e as vozes do Coral Madrigal de Brasília. Em cortejo, quatro cadetes da Polícia Militar levaram a urna até a herma. Autoridades dos três Poderes e representantes da sociedade civil se acomodaram na tribuna para saudar a memória de Hipólito José da Costa.